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quinta-feira, setembro 28, 2006

Querido Diário:

Vou contar-te um terrível segredo.
Passo a vida a pregar – e com toda a razão! – sobre a burrice das gajas. Pois eu às vezes também sou bastante burro, confesso. E sempre por causa das gajas.
A vontade de dar uma queca leva mesmo o maior génio a fazer as coisas mais estúpidas. Até a mim, que sou o gajo mais inteligente neste Mundo, isso acontece.
Pois não é que fiz uma operação para cortar a ponta da piroca, salvo seja?
Fui circuncidado, e o caralho ainda me dói como o caralho.
E tudo por causa duma gaja.
Andava eu, todo contente, a comê-la, dizendo-lhe sempre que a amava, e todas essas mentiras que se dizem para dar umas quecas. Enfim, os costumes.
A gaja era razoavelmente comestível, e as quecas eram aprazíveis q.b., apesar de uma certa mania dela de me untar a verga com matérias pegajosas, enquanto cantava ao microfone (para os panascas burros: broche). Até aqui, tudo bem, embora me desse um certo trabalho a lavar o instrumento, pois não gosto de sentir as mãos muito pegajosas durante esse ritual maravilhoso e poético que é a punheta.
Porém, a coisa ia acabar bastante mal.
Já referi noutro post que sou um bocado mal fornecido pela natureza (para os panascas burros: tenho a pila pequena). Como então disse, isso constitui uma desvantagem, no que toca a arranjar gajas para comer, pois elas gostam é de pichotas king size. Felizmente, tenho uma lábia do caneco, e consigo dar a volta ao texto.
Pois um dia a maldita puta (sem desprimor para tão útil profissão) começa a pôr defeitos no meu precioso material (para os panascas burros: pénis, membro viril, pila, pichota, verga, pau, mastro, pai-de-todos, em resumo, caralho). Que ficava melhor de cabeça a descoberto, que era menos pele na boca dela, que assim até me fazia um bico mais vezes. E por aí adiante.
Durante algum tempo, ainda resisti à ideia, sempre com a delicadeza que me é peculiar. Respondia, com todo o carinho e afeição: “cala-te e chupa”, “abre mas é essas pernas”, “vai-te lá foder com essa treta”, e outras pérolas de amor verbal.
Porém, ela era teimosa como o raio, e não desarmava.
Sempre que eu estava a ver um filme porno, entretido a bater uma, ela interrompia para dizer: “olha como aquele também tem a cabeça da coisa ao léu”.
Sempre que acabava de me fazer um bico, e aproveitando o meu estado estupidificado e indefeso de gajo que acaba de se vir, ela, após limpar discretamente os cantos da boca, insistia: “realmente, sem esta pelezinha, era ainda melhor”.
Sempre que acabávamos de dar uma queca, ela, enquanto brincava um pouco com o meu dito cujo, dizia para ele: “ai, sem este capuz ficavas ainda mais lindo”.
As gajas, além de burras, são chatas como a puta que as pariu. E cruéis!
Até que um dia, farto de a aturar, e cedendo a tão implacável pressão, concordei.
O que eu fui fazer…
O inferno começou logo na consulta do urologista. O grande animal, além de mandar piadinhas sobre o tamanho do instrumento, magoou-mo tanto, que andei uns dias com um andar novo.
Depois foi o inferno do internamento. Para cúmulo do azar, só me saíram na rifa enfermeiros. Ora, embora eu ache que o habitat natural das mulheres é em casa, e que isso de elas trabalharem é uma modernice fodida que só pode acabar mal, abro algumas excepções. E a mais importante de todas é precisamente a enfermagem. Sim, que isto de exibir a pila a gajos, e senti-los a mexer nela, não tem piada nenhuma.
Por fim, foi o inferno do pós-operatório. Mais uma vez, só enfermeiros (vou escrever uma carta de protesto ao Ministério da Saúde, caralho). E andei muitos dias com dores terríveis.
Para cúmulo, vou ter que estar mais de um mês sem dar uma queca, sem poder jogar ao solitário (para os panascas burros: bater uma), sem que me cantem ao microfone, enfim, sem o melhor da vida.
A vida às vezes é uma merda. Foda-se.

boavisteiro

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