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sábado, outubro 18, 2003

Querido Diário:

As mães das gajas deviam ser proibidas por lei. E os pais. E os animais domésticos. Não necessariamente por essa ordem.

Mas por que raio é que TODAS as gajas nos querem apresentar os paizinhos??
A gente a querer aproveitar-se infamemente delas, e elas só querem exibir-nos perante o Papá e a Mamã!
Além do mais, os pais delas são sempre insuportáveis. A mãe é sempre uma doida que, ou quer ver a filha casada e com um rancho de filhos (casar??? filhos??? livra!!!), ou então nos olha gulosamente, como gato a canário.
Já o pai tem mais modalidades. É sempre um parvalhão, mas de maneiras sortidas.
Há aquele pai pura e simplesmente bronco, que pensa que somos vendedores de electrodomésticos e nos quer cravar um desconto no Black & Decker.
Depois temos o pai vigilante, que vê em nós o pénis ambulante pronto a macular a pureza virginal da filha (tem pai que é cego!). Esses recorrem a ameaças mais ou menos veladas, subornos em moeda corrente, ou então correm-nos logo a pontapé.
Temos ainda o pai distraído, que nos confunde com o anterior namorado. Isso chega a ser humilhante. Sim, porque o anterior namorado foi SEMPRE ou um parvalhão do pior, ou o homem perfeito. Ou ficamos humilhados com a comparação, ou nem temos coragem de mentir.
E temos ainda o pai cúmplice. O PIOR DE TODOS!! É só piadinhas insinuantes. Sim, ele está convencido de que já lhe papámos a filha, e quer armar-se em modernaço. Das duas uma, ou já a papámos, e é embaraçoso, ou não a papámos ainda, e ainda é pior.

Ainda se as gajas só tivessem pais... Mas não. Têm SEMPRE animaizinhos pela casa (além do boi do pai e da vaca da mãe).
Eu classifico sempre as gajas conforme o tipo de animais que têm. É um sinal bem revelador, quer da personalidade dela, quer das nossas hipóteses de lá irmos molhar o pincel.
Primeiro há a Gaja-Gato, que é a mais frequente, em termos estatísticos.
Eu dantes até gostava de gatos, juro que gostava. Agora odeio-os.
Dizem que os animais de estimação se acabam por parecer com donos. Com as gajas é ao contrário.
Para já, os gatos dela (sim, que são sempre aos magotes) são uns empecilhos. Está a coisa até a correr benzinho, estamos quase a chegar aos pontos turísticos de maior interesse da gaja, e zás! Entra o estupor do gato. Ora, eu NÃO CONSIGO quando está o estupor do gato a esfregar-se na perna dela e a miar, dengoso.
E depois a Gaja-Gato é como o gato da gaja. Arranha nos piores momentos e onde dói mais.
Temos também a Gaja-Cão.
O cão da gaja é sempre um cão ENORME. Elas não sabiam comprar um merdas dum caniche?? Não, tem que ser um Grand Danois. Ou Rottweiler. Ou (gulp!) Doberman.
Além disso, ela começa a gemer, assim nos momentos íntimos, e quando damos conta temos os dentes do cão na nossa bochecha traseira. Ou pior.
A Gaja-Cão é como o cão da gaja. Só quer ir brincar de apanhar a bola, em vez de rolar na palha. E não nos larga, pior que melga canina.
Por fim, temos a gaja mais temível: a Gaja-Animal-Exótico.
A Gaja-Animal-Exótico tem SEMPRE um animal nojento qualquer. Mas nojento MESMO. Quer-se dizer, com iguanas e cobras, ainda vá. Mas é sempre pior. Nojento e perigoso, em regra. Já andei com uma que tinha uma colecção de tarântulas. Olha, Querido Diário, foi nojento e humilhante demais, ainda não consigo contar-te. Talvez daqui a 50 anos. Ou depois de morto, no meu testamento.
A Gaja-Animal-Exótico já depende do animal asqueroso que tiver. Se for um insecto, ela cheira mal e quer-nos sugar os sucos vitais até à morte. Se for réptil, a gaja é fria e com um brilho assassino nos olhos.

Vá-se lá compreender as mulheres.

domingo, outubro 12, 2003

Querido Diário:

Esta noite tive um sonho.
Sonhei que era magro, lindo e sexy.
Acordei fodido da vida, claro.
Este mundo é cruel, meu querido Diário.
Eu já estive a analisar a minha viabilidade no mercado das catraias, claro. A ver se conseguia aquelas aldrabices tipo contas públicas do tempo do Guterres. A ver se convencia a mim mesmo que até tinha alguma hipótese.
Pois sim.
A realidade é dura, mas é a realidade. Dura qualquer-coisa (raios partam os latinos, que não são para aqui chamados).
Talvez eu devesse tomar banho mais vezes. Elas realmente costumam comentar acerca de cheiros, mas eu não sinto nada. É que detesto tomar banho. Faz-me mal à pele.
A última com quem saí foi muito mal-educada, sabias, querido Diário? Pois foi.
Imagina tu que ela me mandou uma boca cínica, só porque eu estava a palitar os dentes com a boca aberta!
Vá-se lá compreender as mulheres.

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