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sexta-feira, dezembro 12, 2003

Querido Diário:

Estou preocupado.
O Natal é uma altura de muitos doces e comezainas. Ora, eu, nas palavras delicadas da minha falecida bisavó (arde no Inferno, sua porca!), estou "gordo como um chibo".
(Por que será que se diz como um chibo? Já pensaram? Gordos são os porcos, não os bodes. Enfim, mistérios da língua, salvo seja.)
Eu sei que geralmente as gajas é que se preocupam com essas merdas. Aliás, as que mais se preocupam são as que menos precisam. (Mais uma vez se confirma a minha teoria: as gajas são burras.)
Só que eu estou MESMO gordo, por acaso. Bem, por acaso não é. É pela carne... pelos doces... pelo açúcar... pelos copos...
Mas o pior nem é aquelas chatices do costume: roupa só por medida, não caber nas portas, comentários sarcásticos, e isso.
Não.
O pior é que as banhas abafam-me muito o "coiso". O "sempre-em-pé". O "cabeça-no-ar". Para quem ainda não percebeu, e em bom português, o caralho.
Eu já fui magro, por incrível que pareça. Bem, magro, magro, nunca, mas andei lá perto.
Ora, nessa altura eu até nem era mal constituído. Aliás, é de família. A nossa família era conhecida como As Vergas Grandes, epíteto que usamos com todo o orgulho.
Só que comecei a acumular massa adiposa, e aquilo até parece que mingou...
E, digam o que disserem, as gajas gostam de coisos grandes. Vêm sempre com aquelas tretas, para nos consolar, mas é tudo mentira.
Nós também somos assim, não é? Enfiamos aquelas lérias, quando a gaja que andamos a papar tem mamocas pequenas, mas no fundo gostamos é das mamalhudas.
Big is beautiful. Sempre.
Por isso, estão a ver o meu problema.
Felizmente, ainda não apanhei nenhuma nega das gajas por causa do tamanho. Lá por causa das banhas, elas às vezes assustam-se a pensar em todo este esplendoroso corpo em cima delas. (Algumas até gostam, mas essas são doidas. Ou suicidas.) Claro que eu digo aquelas coisas: que se pode dar a volta ao texto, que se não é por cima é por baixo, enfim, os costumes.
Mas qualquer dia, a este ritmo, estou mesmo a ver. Eu a arriar as calças, já de cabeça erguida, pronto para a labuta, e a gaja a rir e a apontar: "Só isso?", "Cresce e aparece!", "Onde é que está o resto?".
As gajas, além de burras, são cruéis.

boavisteiro

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