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sábado, maio 26, 2007

Querido Diário:

Hoje preciso de desabafar sobre aquelas manias com que as gajas nos azucrinam o juízo no dia a dia.

1. Baixar o tampo da sanita.
Mas que merda é esta? Por que raio passam elas a vida a matraquear-nos com esta pôrra, hein?
Ó filhas, vocês mijam com a tampa baixada, e nós com ela alevantada. Por que é que a sanita há-de estar sempre preparada só para vocês? Era o que faltava! Nós somos o sexo dominante, suas putas. Ide-vos foder mais as vossas manias parvas.

2. Pôr a tampa na pasta de dentes.
Ai o caralho. Desculpai lá, filhas: vocês são nossas criadas, e não o contrário. Arre!

3. Não estar sempre a mudar de canal.
Filhas, vede lá se percebeis uma coisa. O comando à distância foi feito para ser usado, caralho. Não é para ficar decorativamente pousado na mesa.
Além disso, se eu posso seguir quatro ou cinco canais ao mesmo tempo, por que hei-de aturar só um? Alguém me explica?

4. Não arrotar.
As gajas são burras! Ó filhas, já pensastes que, se não lançarmos de vez em quando um arroto terapêutico, podemos entupir as tripas? Quiçá pôr em perigo o nosso bem-estar físico, psíquico e moral?
Cá para mim, vós sois burras em parte porque nunca arrotais. Os gases acumulam-se nessa desculpa de cérebro que tendes, e depois só vos sai merda pela boca fora.

5. Não se peidar.
Outra mania francamente perigosa para a saúde pública.
Um valente peido, além de ser um prazer místico, faz bem à saúde. Liberta o que está preso. Alivia-nos a tensão. Faz-nos sorrir. Contribui para a nossa felicidade.

6. "Ai, filho, não és nada romântico. Nunca me levas a passear... Nunca me ofereces flores nem bombons..."
Ai o caraças.
Filhas, percebei uma coisa. Nós não gostamos realmente de vocês. Apenas vos aturamos para melhor vos poder foder, ok?
O amor não existe, como tenho dito e redito. É uma paneleirice inventada pelos autores das novelas brasileiras.
E não me venham com tretas de que elas gostam realmente de nós. Pois sim! De nós, elas só querem duas coisas, ambas para foder: o caralho e os ouvidos.

7. "Ai, filho, bem podias ser mais simpático para a minha mãe..."
Livra!
A única coisa do Universo pior que uma sogra são duas sogras. Felizmente, as gajas, em geral, só têm uma mãe. Valha-nos isso!
Pedir para sermos simpáticos com a puta da sogra era o mesmo que pedir ao carneirinho para ser simpático com o lobo que, a seguir, o vai desfazer aos bocados e devorar.
Duh.
Se eu mandasse, mandava abater as sogras, como medida de higiene pública e saúde mental. Como dizia o outro: a minha sogra é uma santa; é pena que não esteja no Céu.
E vivam as órfãs de pai e mãe!

E depois deste sentido desabafo, quero falar de um assunto que me é muito próximo ao coração: a amamentação (hei, até rima!).
Não há coisa mais sexy no Mundo que ver uma gaja expor patrioticamente os peitos para alimentar o seu pimpolho. É lindo de se ver. Põe-nos na cara um sorriso de felicidade para o resto do dia.
Tudo nesse nobre acto é bom.
Começa com a doce antecipação que nos percorre o corpo e a alma, quando vemos a jovem mãe com um bebé ao colo. Começamos logo a torcer, no nosso íntimo: tira, tira!
Depois há aquele ajeitar da cria, em preparação do acto. Ah, que frisson! É aí que pensamos: yes! Vai haver espectáculo!
A seguir ela começa a mexer nas mamas, fazendo babar qualquer gajo digno desse nome. Por um lado, chama a atenção para o que há de melhor na gaja, a seguir à crica, o que é um acto de elementar justiça, especialmente se as mamas forem boas (mas mamas são sempre mamas).
Por fim, a maminha salta cá para fora, corajosa e decidida, como quem diz: olá, Mundo!
Ainda por cima, umas maminhas cheias de leite ficam sempre maiores, o que só as beneficia. Mamas são sempre mamas, mas quanto maiores, melhor.
Por fim, vem o melhor de tudo: o mamar propriamente dito. É pura poesia.
Não, fanchonos leitores, não estou a ficar sentimental, comovido com a ternura do momento.
É que, quando a criança está ali, a chupar gostosamente o mamilo da senhora sua mãe, nós podemos tecer fantasias, nas quais tomamos o lugar do raio do puto.
Sem dúvida que a melhor coisa do Mundo é a queca. Não há nada que se lhe compare, em prazer e realização espiritual e cósmica. Além disso, esvaziar os tomates é uma necessidade.
Porém, quem pode negar a elevada felicidade que consiste em brincar com um par de mamocas? Por outro lado, as mamas são bem mais agradáveis para os olhos. A passarinha, no fundo, é apenas um buraco, ainda por cima ali, tão perto dos dois canos de esgoto das gajas. E malcheiroso! E cheio de pêlos!
E já que falei em poesia, termino com um pequeno poema da minha lavra, especialmente dedicado aos rabetas que dizem que o meu blog não tem interesse cultural.

As maminhas, as maminhas
São tão lindas de se ver
A crica, a crica, a crica
É mesmo só p'ra foder

"Poemas Seleccionados", boavisteiro, 1997


boavisteiro

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