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quinta-feira, agosto 23, 2007

Querido Diário:

Hoje vou falar do grave problema das negas.
Já aqui falei de negas, mas daquelas que nós damos às gajas.
Hoje o assunto é outro. As negas de que falo hoje são aquelas ocasiões em que a pila se recusa a erguer-se à altura da ocasião, condição vulgarmente conhecida como "pila mole" ou "falta de tusa".
A nega faz parte da vida dum gajo.
A princípio, só acontece de longe a longe, por efeito dalgum trauma (ex.: a gaja é mais fedorenta que a alma dum político), ou em virtude de noite mal dormida ou bebedeira de caixão à cova.
Com o passar dos anos, a nega vai sendo cada vez mais frequente, até que chegamos àquela idade em que se torna a regra, e não a excepção. Felizmente, esta última fase só nos deverá aparecer quando formos mais velhos que a Sé de Braga, e nessa idade teremos sorte se nos conseguirmos lembrar do que comemos ao pequeno almoço, por isso que se foda o resto.
Porém, tudo isto é do conhecimento público, e não é disto que quero hoje falar.
Do que quero hoje falar é da nossa estratégia face à nega.
É que uma nega pode custar-nos muito mais do que aquela queca abortada.
As gajas dizem que gostam de nós, que nos amam, e isso tudo, mas é tanto mentira como quando lhes dizemos nós o mesmo. Além de nos foder o juízo e a carteira, elas de nós só querem o nosso corpinho e as nossas artes fodengas.
Assim, ó gajos de Portugal, e do estrangeiro, sempre que vos calhar uma nega, e a gaja vos disser "ah, não faz mal, amo-te na mesma", arrebitai essas orelhas e tende cuidado, pois esta gaja é restaurante que fechou, e há que ir comer a outro lado.
E então, como impedir essa frase fatal, ou outras com o mesmo significado?

A principal estratégia é obviamente a prevenção.

Gajo prevenido vale por muitos (não é só por dois). Ora, gajo prevenido, mesmo que tenha só 18 aninhos, fervilhante de hormonas, anda sempre com Viagra no bolso.
Uma vez, ouvi num filme uma frase sobre o Viagra que me marcou: "You don't have to need it to love it". Isto, mal traduzido, quer dizer: podes gostar do Viagra mesmo sem precisar dele.
Estava eu a ver o filme, ouvi a frase e pensei: ah, foda-se, o caralho que a escreveu deve ser meu irmão gémeo!
Uma caixinha de Viagra e uma de preservativos são as duas coisas com que um gajo deve andar sempre acompanhado (sobre as camisinhas falarei noutro dia). Sempre. Seja qual for o local, a ocasião ou a hora. Sem excepções.

Além disso, há outras cautelas que devemos ter, a fim de prevenir a nega.
Uma das mais importantes, especialmente para os gajos com fraco estômago, é a criteriosa escolha das gajas.
As gajas, na sua qualidade de pitos ambulantes, são como os cozinhados: de comer e chorar por mais; bastante agradáveis e nutritivas; boazinhas, mas nada de especial; assim-assim, chegando para matar a fome e pouco mais; más q.b., só para quando a fome aperta muito; e tão horríveis, que só de pensar dão vómitos.
Ora, esta classificação obviamente nada tem de objectiva e, por isso, varia muito de gajo para gajo; e, quanto ao mesmo gajo, varia com a idade, as circunstâncias da vida e outros factores.
Tudo isto para dizer que todos os gajos, especialmente os que sejam mais esquisitos e de digestão mais difícil, devem ter bastante cuidado com a gaja em que assentam a mira.
Com efeito, tirando uma pequena minoria de gajos, para quem a gaja é comestível se estiver viva, ou se tiver estado viva nas últimas horas, nós temos critérios. Não comemos qualquer gaja que nos aparece pela frente. Há sempre pelo menos uma pequena percentagem de gajas que nunca iremos comer, nem que estejamos a saír da prisão, depois de 25 anos de punhetas silenciosas e de chuveiros só com gajos.
Por outro lado, um gajo não é de ferro. Se passarmos a noite na estroinice, nos copos e nessas coisas, obviamente às 5 da manhã não há piroca que se erga, por muito que se puxe por ela.

Se, apesar da prevenção, a nega nos aparecer, temos que mentir descaradamente.
Por um lado, há que salvaguardar futuras oportunidades com a gaja. Para isso, ela tem que se convencer de que a nega foi um acidente que não se repetirá.
Só não teremos tais cuidados se já comemos a gaja e estamos fartos dela. Aí, até podemos aproveitar a oportunidade e dizer, mesmo que seja mentira: "és tu, filha, já não me dás tesão". Esta resulta sempre.
Por outro lado, também pode ser uma ocasião de enganar a gaja e fazê-la acreditar que gostamos dela. Para isso, basta atirar uma daquelas tretas de que as gajas tanto gostam, em geral relacionadas com os nossos pretensos sentimentos (sim, elas têm a mania de que gostam de gajos com sentimentos, mas é mentira). Por exemplo: "desculpa, filha, mas morreu a minha tia" (ou irmã, ou sobrinha, ou tia, ou outra parente qualquer, real ou inventada). Se, nessa ocasião, conseguirmos ainda verter uma lágrima ou duas, vitória: esta gaja já está no papo , no mínimo, por mais seis meses!

Como se vê, uma nega, sendo sempre uma tragédia, pode acabar por ser uma oportunidade.
A bem das quecas nacionais.

boavisteiro

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